Oceano de lama
Luiz A. Góes
Estamos passando por uma inversão de valores generalizada: a cada dia assistimos, cada vez mais perplexos, à degradação moral produzida pelos atos e atitudes das chamadas autoridades mais altas da nação, os "membros mais altos dos chamados três poderes", e dos poderosos que dispõem de recursos suficientes para descaradamente comprar esses "membros mais altos dos três poderes", os quais estão seguramente convencidos de que podem fazer o que quizerem porque para êles a lei não existe, ou se existe não funciona, ou só funciona quando quizerem e do jeito que quizerem. Não há limites para sua ousadia.
Agora mesmo vemos o delegado que efetuou as investigações contra um certo banqueiro passar à condição de investigado e talvez de indiciado por crimes inventados, como as acusações que lhe fazem de ter vazado informações sôbre as investigações, de ter efetuado escutas ilegais, etc, etc, etc. Enquanto isso, o tal banqueiro, visivelmente mais do que culpado de todas as acusações que lhe foram feitas pelo tal delegado, e seguramente de muitas mais falcatruas que não chegaram a ser reveladas, fica sendo beneficiado por habeas corpus absurdos e leve e solto para destruir provas, praticar outras ilicitudes e, pasmem, chegar até a mover ações de diversos tipos contra os servidores que tiveram a "ousadia" de investigá-lo e acusá-lo.
Certa vez, durante os govêrnos militares, uma comissão do govêrno encarregado de analisar projetos que contavam com o apôio de recursos públicos, seja empréstimos e até mesmo participação acionária do BNDES, foi impedido de se pronunciar a respeito de um projeto que teria que ser reprovado: o órgão que procederia ao julgamento era presidido por um ministro, o qual já entrou na reunião, programada para apreciar diversos projetos, dizendo que o dito cujo projeto (que não tinha condições de ser aprovado) não seria discutido porque já tinha sido aprovado em "instância superior".
Encontrei dias depois os membros da tal comissão e percebi que os mesmos partilhavam de minha frustração quanto ao que tinha acontecido. Perguntei-lhes o quê pretendiam fazer a respeito daquele projeto. Responderam que quanto ao projeto especificamente, nada, mas quanto a todos os projetos futuros, pretendiam aprová-los sem qualquer discussão, porque não estavam dispostos a serem novamente desmoralizados e nem a terem o enorme trabalho de análise para depois ir tudo para o ralo por meio de decisões em "instância superior".
E assim, naquela época, como agora, sob um govêrno que se diz "da moral e da ética", desmoraliza-se os servidores públicos bem intencionados, dedicados e trabalhadores, que querem nada mais do que cumprir os seus deveres corretamente, enquanto se cultiva e prestigia o desmazelo e a cumplicidade com a ilicitude e o crime.
O Brasil nunca terá condições de vir a ser um grande país, forte e respeitado, enquanto continuar atolado no oceano de lama moral em que nadam os membros mais altos de seus poderes públicos e de escroques que os compram sistematicamente.
O povo brasileiro precisa aprender a enxergar essas coisas e a votar corretamente para limpar o país dessa escória que o desonra, em lugar de aderir ao "sistema" vendendo-se por merrecas como bolsa-esmola e equivalentes.
Estamos passando por uma inversão de valores generalizada: a cada dia assistimos, cada vez mais perplexos, à degradação moral produzida pelos atos e atitudes das chamadas autoridades mais altas da nação, os "membros mais altos dos chamados três poderes", e dos poderosos que dispõem de recursos suficientes para descaradamente comprar esses "membros mais altos dos três poderes", os quais estão seguramente convencidos de que podem fazer o que quizerem porque para êles a lei não existe, ou se existe não funciona, ou só funciona quando quizerem e do jeito que quizerem. Não há limites para sua ousadia.
Agora mesmo vemos o delegado que efetuou as investigações contra um certo banqueiro passar à condição de investigado e talvez de indiciado por crimes inventados, como as acusações que lhe fazem de ter vazado informações sôbre as investigações, de ter efetuado escutas ilegais, etc, etc, etc. Enquanto isso, o tal banqueiro, visivelmente mais do que culpado de todas as acusações que lhe foram feitas pelo tal delegado, e seguramente de muitas mais falcatruas que não chegaram a ser reveladas, fica sendo beneficiado por habeas corpus absurdos e leve e solto para destruir provas, praticar outras ilicitudes e, pasmem, chegar até a mover ações de diversos tipos contra os servidores que tiveram a "ousadia" de investigá-lo e acusá-lo.
Certa vez, durante os govêrnos militares, uma comissão do govêrno encarregado de analisar projetos que contavam com o apôio de recursos públicos, seja empréstimos e até mesmo participação acionária do BNDES, foi impedido de se pronunciar a respeito de um projeto que teria que ser reprovado: o órgão que procederia ao julgamento era presidido por um ministro, o qual já entrou na reunião, programada para apreciar diversos projetos, dizendo que o dito cujo projeto (que não tinha condições de ser aprovado) não seria discutido porque já tinha sido aprovado em "instância superior".
Encontrei dias depois os membros da tal comissão e percebi que os mesmos partilhavam de minha frustração quanto ao que tinha acontecido. Perguntei-lhes o quê pretendiam fazer a respeito daquele projeto. Responderam que quanto ao projeto especificamente, nada, mas quanto a todos os projetos futuros, pretendiam aprová-los sem qualquer discussão, porque não estavam dispostos a serem novamente desmoralizados e nem a terem o enorme trabalho de análise para depois ir tudo para o ralo por meio de decisões em "instância superior".
E assim, naquela época, como agora, sob um govêrno que se diz "da moral e da ética", desmoraliza-se os servidores públicos bem intencionados, dedicados e trabalhadores, que querem nada mais do que cumprir os seus deveres corretamente, enquanto se cultiva e prestigia o desmazelo e a cumplicidade com a ilicitude e o crime.
O Brasil nunca terá condições de vir a ser um grande país, forte e respeitado, enquanto continuar atolado no oceano de lama moral em que nadam os membros mais altos de seus poderes públicos e de escroques que os compram sistematicamente.
O povo brasileiro precisa aprender a enxergar essas coisas e a votar corretamente para limpar o país dessa escória que o desonra, em lugar de aderir ao "sistema" vendendo-se por merrecas como bolsa-esmola e equivalentes.
3 Comments:
At Thu Nov 13, 12:31:00 PM EST, Anonymous said…
Além de ter que aprender a votar, tem que se mobilizar, agir, mostrar sua voz, ou seja, "perder" tempo correndo atrás deste imenso prejuizo que já causaram à nação.
Sem engajamento, sem ações concretas, visíveis de descontentamento, não conseguiremos sair deste lôdo
At Thu Nov 13, 02:29:00 PM EST, Anonymous said…
Nunca acreditei no futuro deste país chamado Brasil, onde o crime é enaltecido e o criminoso perdoado. Não há futuro quando a criminalidade é valorizada. Pobre de quem seja honesto. Está fadado a nada possuir, além de sua honra jamais honrada pela mãe Pátria. Tenho por mim que os heróis do passado - todos eles - morreram em vão por um país que valoriza a criminalidade com uma impunidade bestial. A democracia Republicana só tem existência garantida quando a punição fala mais alto. Sem punição não há democracia. Existe apenas um arremedo de democracia. Também chamada de FAJUTA.
At Tue Nov 18, 08:52:00 AM EST, Fusca said…
Se continuarmos permitindo esse estado de coisas, os honestos serão incriminados e processados, e os criminosos repetirão que "ninguém tem mais autoridade moral nexte país do que eu", seguindo a ratazana maior. Precisamos de um flautista...
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