Água para agricultura
A água, como previam muitos estudiosos, ainda se tornaria o produto mais escasso e mais precioso da face da terra. Essas previsões estão se revelando verdadeiras muito mais cedo do que se poderia supor, com o aumento ainda explosivo da população humana total do globo terrestre, a ponto de a ONU já estar propondo criar uma "contabilidade da água" (artigo abaixo). Outras publicações vêm revelando que a humanidade usa a água de maneira inadequada e irracional, como se resume a seguir (dados transmitidos por um amigo internauta):
1 hectare de terra rende 45 quilos de soja. Mas a mesma área só produz 2,5 quilos de carne (0bs.: deve ser por safra, ou por ano, em média)
Um ser humano precisa de 2 a 5 litros d’água por dia.
Para produzir 1 quilo de grãos, usam-se de 500 a 2.000 litros.
Para produzir 1 quilo de carne, consomem-se até 15.000 litros.
É preciso mudar as prioridades para que tenhamos água para todos os humanos que seremos dentro de poucas décadas e para que possamos produzir todos os alimentos de que necessitaremos. Teremos de produzir grãos para mais 3 bilhões de humanos usando menos água que hoje.
Em 2007, a China começou a substituir a produção de grãos, que usa irrigação, pela de frutas e verduras, que consome menos água. No mesmo ano, as exportações brasileiras de soja para a China explodiram. O que acontece é uma "terceirização": os chineses decidiram conservar seus aquíferos e importar água brasileira, sob a forma de soja. Alguém sugeriu aumentar o imposto sobre o consumo de carne e reduzi-lo sobre o consumo de grãos e seus derivados primários, a fim de promover uma alteração no consumo desses produtos que conduza à desejada racionalização do uso da água, uma vez que o órgão mais sensível do ser humano é o bolso, - com o qual pensa muito mais do que com o cérebro. Mas um aspecto de fundamental importância a ser levado em conta é o aquecimento global, - não o que possa estar sendo provocado pelo homem, ainda sob debates infindáveis, mas o aquecimento natural que se verifica sempre que termina um longo período de milênios de resfriamento global, - ambos responsáveis pelas alterações climáticas da Terra ao longo do tempo, e por consequência pelas alterações comportamentais das civilizações desde que a espécie humana surgiu e começou a se espalhar para dominar o planeta. O artigo abaixo, do Globo Rural, aborda essa questão.
Mudança climática reduzirá água disponível para agricultura
As mudanças climáticas irão afetar drasticamente a disponibilidade de água destinada à produção de alimentos. A produtividade dos cultivos também sofrerá alterações nas próximas décadas. As conclusões são do estudo "Mudança climática, água e segurança alimentar" feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O relatório indica que deve haver uma aceleração do ciclo hidrológico do planeta, já que a alta das temperaturas elevará a taxa de evaporação de água da terra e do mar. A chuva aumentará nos trópicos e em latitudes mais altas, mas diminuirá nas regiões que já são secas ou semiáridas e no interior dos grandes continentes.
Segundo a FAO, o aumento das temperaturas estenderá a temporada de crescimento dos cultivos nas regiões temperadas do norte e reduzirá sua duração na maioria dos outros lugares do planeta. Isso, unido à maior taxa de evaporação, provocará uma queda do potencial de rendimento dos cultivos.
Com o objetivo de responder aos desafios apresentados pela mudança climática, a FAO também propõe algumas iniciativas como a "contabilidade da água", uma medição meticulosa da provisão, as transposições e as transações comerciais de água. "A contabilidade de água na maior parte dos países em desenvolvimento é muito limitada e os processos de armazenamento ou não existem, ou são pouco desenvolvidos, ou são diferentes para cada caso", considera o relatório.
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