Doação de aeronaves à Bolívia
Luiz A. Góes
Vejam a reportagem abaixo e depois êste meu comentário.
A reportagem: http://www.aereo.jor.br/2012/05/24/comissao-autoriza-doacao-de-quatro-helicopteros-para-bolivia/ .
Algum de vocês já assistiu a um filme boliviano? Eu vi um apenas. Foi visivelmente feito por algum cineasta que visava só fazer cinema, aliás bonito em vários aspectos, mas sem se dar conta de que estava entregando uma história triste para a Bolívia, porque era a história de uma guerra em que foram atacados pelo Chile e, segundo o filme, ficaram brigando entre si em lugar de se organizarem para defender-se. E assim, segundo aquele filme, perderam a guerra.
Anos depois, um chileno, sem saber nada sôbre o filme, e a propósito da tomada das refinarias da Petrobrás pelos bolivianos, contou-me o seguinte:
A faixa de terra que hoje é o norte do Chile era originalmente pertencente em parte à Bolívia, que tinha uma saída para o mar, e o restante pelo Peru. Naquela região há muitos recursos minerais, e empresas chilenas investiram lá grandes fortunas, em lugar de investirem em outras partes do Chile.
Um dia a Bolívia resolveu nacionalizar as empresas chilenas de mineração e metalurgia em seu território, no que foi secundada pelo Peru, que por sua vez se apoderou das empresas chilenas localizadas em seu território.
O Chile imediatamente mandou tropas para retomar as empresas e em seguida prosseguiu a invasão, até alcançar La Paz e Lima. E colocou, como condição para a desocupação, a entrega dos territórios onde as empresas se localizavam.
Assim, a Bolívia perdeu sua saída para o mar e o Peru perdeu um território extremamente rico em cobre e salitre.
Essa história é muito pouco conhecida pelos não chilenos, mas se o insígne retirante pinóquio soubesse dela e tivesse um pouquinho só de amor próprio (porque amor pelo Brasil e pelos brasileiros já vimos que não tem mesmo), teria agido muito diferentemente no caso das refinarias. E o Brasil não estaria fazendo esse papél de bobo dando aeronaves a quem é, em realidade, nosso inimigo.
Na vida, como no amor, entre pessoas e entre povos e países, é sempre mais importante saber identificar quem gosta da gente e não de quem a gente gosta, seja por que motivo for. Quem não sabe fazer isso, sempre se estrepa.
Atualização: no endereço http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,bolivia-pede-pela-primeira-vez-renegociar-fronteiras-com-chile,882807,0.htm , reportagem do Estadão dá conta de que a Bolívia está solicitando renegociar fronteiras com o Chile para recuperar a saída para o mar. Devido a esse problema, os dois países não têm relações diplomáticas desde 1978, e o Chile se recusa constantemente a rever o assunto.
Vejam a reportagem abaixo e depois êste meu comentário.
A reportagem: http://www.aereo.jor.br/2012/05/24/comissao-autoriza-doacao-de-quatro-helicopteros-para-bolivia/ .
Algum de vocês já assistiu a um filme boliviano? Eu vi um apenas. Foi visivelmente feito por algum cineasta que visava só fazer cinema, aliás bonito em vários aspectos, mas sem se dar conta de que estava entregando uma história triste para a Bolívia, porque era a história de uma guerra em que foram atacados pelo Chile e, segundo o filme, ficaram brigando entre si em lugar de se organizarem para defender-se. E assim, segundo aquele filme, perderam a guerra.
Anos depois, um chileno, sem saber nada sôbre o filme, e a propósito da tomada das refinarias da Petrobrás pelos bolivianos, contou-me o seguinte:
A faixa de terra que hoje é o norte do Chile era originalmente pertencente em parte à Bolívia, que tinha uma saída para o mar, e o restante pelo Peru. Naquela região há muitos recursos minerais, e empresas chilenas investiram lá grandes fortunas, em lugar de investirem em outras partes do Chile.
Um dia a Bolívia resolveu nacionalizar as empresas chilenas de mineração e metalurgia em seu território, no que foi secundada pelo Peru, que por sua vez se apoderou das empresas chilenas localizadas em seu território.
O Chile imediatamente mandou tropas para retomar as empresas e em seguida prosseguiu a invasão, até alcançar La Paz e Lima. E colocou, como condição para a desocupação, a entrega dos territórios onde as empresas se localizavam.
Assim, a Bolívia perdeu sua saída para o mar e o Peru perdeu um território extremamente rico em cobre e salitre.
Essa história é muito pouco conhecida pelos não chilenos, mas se o insígne retirante pinóquio soubesse dela e tivesse um pouquinho só de amor próprio (porque amor pelo Brasil e pelos brasileiros já vimos que não tem mesmo), teria agido muito diferentemente no caso das refinarias. E o Brasil não estaria fazendo esse papél de bobo dando aeronaves a quem é, em realidade, nosso inimigo.
Na vida, como no amor, entre pessoas e entre povos e países, é sempre mais importante saber identificar quem gosta da gente e não de quem a gente gosta, seja por que motivo for. Quem não sabe fazer isso, sempre se estrepa.
Atualização: no endereço http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,bolivia-pede-pela-primeira-vez-renegociar-fronteiras-com-chile,882807,0.htm , reportagem do Estadão dá conta de que a Bolívia está solicitando renegociar fronteiras com o Chile para recuperar a saída para o mar. Devido a esse problema, os dois países não têm relações diplomáticas desde 1978, e o Chile se recusa constantemente a rever o assunto.
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