Observador Isento (Unbiased Observer)

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Thursday, January 04, 2007

Um cão eclesiástico

Luiz A. Góes

(História verídica: um nome foi trocado para proteger o inocente.)

O Paulinho chegou na casa do Dr. Ramos com um cãozinho de raça não muito notável, mas evidentemente bem tratado, e o deu de presente ao citado, pai de seus amigos adolescentes, contando uma história que deixou o Dr. Ramos comovido. O cãozinho, que o Paulinho havia dito chamar-se Tomy, era bem comportado, bastante quieto, e dava pouco trabalho.

Alguns dias depois, a campainha tocou e o mordomo do Dr. Ramos (vejam bem a categoria) foi atender. Voltou com a informação de que havia à porta dois senhores, um deles da polícia. Dr. Ramos achou esquisito, mas determinou que os mandasse entrar e foi atendê-los. O policial se apresentou como investigador e disse que o outro senhor era (nada mais, nada menos do que) o mordomo do Cardeal.

E foi logo ao assunto: havia sido roubado o cão do Cardeal, que respondia pelo nome de Papillon, e constava-lhe que o cão estivesse naquela casa. Dr. Ramos ficou ofendido e pediu imediatamente que se retirassem, argumentando que o único cão existente na casa era aquele que lhe havia sido presenteado pelo Paulinho, amigo de seus filhos e portanto pessoa sôbre a qual não tinha qualquer dúvida, e que além disso se chamava Tomy, e não Papillon.

Nisto o cão apareceu na porta da sala e o mordomo do Cardeal, ao vê-lo, chamou: "Vem, Papillon!" Imediatamente o indigitado cão empinou e abanou o rabinho, empertigou-se todo e correu na direção do tal mordomo, pulando alegremente em seus braços.

Só então o Dr. Ramos se deu conta da peça pregada pelo Paulinho, que havia começado suas estripulias bem cedo na vida.

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