Observador Isento (Unbiased Observer)

A space for rational, civilized, non-dogmatic discussion of all important subjects of the moment. - Um espaço para discussão racional, civilizada, não dogmática de todos os assuntos importantes do momento.

Wednesday, October 16, 2013

Disputando o que ainda não existe

Luiz A. Góes

O tal "pressau", que tem dado tantas discussões e, pelo que dizem, até espionagem internacional, recriação de uma das frotas da marinha de guerra mais poderosas do mundo, leis e mais leis de todos os tipos, micos como a propalada auto-suficiência que vem se revelando cada vez mais insuficiente e lucros fabulosos que vêm se revelando apenas e cada vez mais verdadeira fábula mas apenas fábula, além de brigas entre os Estados, todos querendo levar um naco maiór desses lucros fabulosos, traz à memória uma estorieta muito popular quando eu era menino e só quem era muito rico podia ter um carro.
Naquela época a casa própria e o carro eram os grandes sonhos de todos os brasileiros, particularmente daqueles considerados ou que se diziam da classe média. Conseguir essas duas coisas significava um grande salto: significava passar a uma categoria social superior, a tal de "classe média alta". Todos perseguiam esses sonhos sem descanso, - nisso as coisas não mudaram muito, - mesmo que fosse apenas em sonho.
A estorinha que logo ganhou popularidade, talvez pelo seu didatismo, era a seguinte: um pai de família chega em casa para jantar depois de mais um dia de trabalho estafante e, entre uma garfada e outra, anuncia que tinha comprado uma rifa cujo prêmio seria um automóvel. Instantaneamente a mulher e os filhos começaram a fazer planos: "Se ganharmos, vamos fazer aquele passeio até o litoral..."
Diz um dos filhos: "Eu vou no banco da frente..."
"Quem vai no banco da frente sou eu...", diz o outro, já alterando a voz.
"Não! Sou eu!", esbraveja o primeiro, alegando ter aquele "direito" por ser o mais velho.
A disputa pelo banco da frente se acalorou e logo virou uma polvorosa incontrolável.
O pai, para colocar órdem na casa, apela para o argumento mais forte que conseguiu imaginar: "Se não pararem com isso, encosto o carro na calçada e ponho os dois para fora já..."
É isso: o "pressau", para cuja exploração ainda não se tem nem tecnologia provada e confiável, é o carro para o qual o grande chefão comprou uma rifa...

Friday, August 02, 2013

O louco do martelo

Luiz A. Góes

Acontece cada uma!
O govêrno inventou que os médicos brasileiros precisam mais dois anos de estudos para se formarem: com 8 anos de estudos, passariam a ser os que mais teriam estudado medicina no mundo! E que os dois últimos anos seriam passados prestando serviço praticamente gratuito ao SUS em locais escolhidos pelo govêrno, sem possibilidade de alternativa.
Ou melhor: a alternativa seria, - ou será? - a entrada imediata de milhares de "médicos" estrangeiros no país com autorização para exercer a medicina sem prestar o exame do Revalida. A gritaria continuou e inventaram que os médicos brasileiros também teriam que prestar o exame do Revalida, como se fossem estrangeiros.
A grita ainda continuou, - e continua, - e nesse ínterim a governanta sancionou com vetos uma lei que leva o nome de Ato Médico. Um legislador acaba de analisar o assunto para demonstrar que com os vetos ficou legalizado o exercício ilegal da medicina no Brasil!
Em seguida, o govêrno anuncia que recuou da idéia de aumentar os dois anos de estudos para os novos médicos, mas passará a exigir que todos façam residência por dois anos trabalhando para o SUS. Quer dizer: estão mandando trocar seis por meia dúzia e chamam isso de recúo.
Lembrei-me daquela estória do louco que ficava, no hospício, batendo na própria cabeça com um martelo. Quando tentavam tomar-lhe o martelo, reagia com furor, e quando lhe perguntavam por quê batia com o martelo na cabeça, respondia: "É porque quando eu páro,... é tão gostoso!"
A turma do govêrno deve achar que os médicos, os estudantes de medicina, e todos os brasileiros, enfim, são como o louco do martelo. Sem se darem conta, evidentemente, que a êles, do govêrno, estão faltando muitos parafusos...

Tuesday, July 23, 2013

Perplexidades

Luiz A. Góes

Já ouvi no noticiário televisivo não sei quantas vezes que os políticos estão "perplexos" com as manifestações de protesto que não páram de crescer em todo o país.
O jornalista Carlos Chagas mencionou em sua página que está parecendo o sujeito que caiu ou se jogou do alto de um prédio de 100 andares, - porque avisos não faltaram: vejam as recentes pesquisas de popularidade ou aprovação do govêrno. Ao passar pelo quinquagésimo andar, o tal sujeito dizia para si mesmo: "Até aqui tudo bem". Isso porque esses políticos parecem não perceber que nada está bem quando chega a esse ponto, e acham que bastará arranjar mais algumas "bolsas" e mais um pouco de circo para o povão se acalmar e voltar a votar neles nas próximas eleições, que é tudo o que querem.
Lembrei-me da história, tantas vezes contada, do sujeito que levou a mulher à maternidade para dar à luz e ficou na sala de espera enquanto as coisas aconteciam lá dentro. Quando uma enfermeira veio comunicar que o bebê já tinha nascido, o sujeito desmaiou, tamanha foi sua surpresa. Dá para acreditar? No mínimo um sujeito desses é um desmemoriado, incapaz de se lembrar do quê estava fazendo nove meses antes.
É como vejo os nossos políticos, todos desmemoriados, todos "não sabiam de nada", todos "isso não é comigo".
Houve até um, - que fica escrevendo artigos para jornais defendendo tudo o que o (des)govêrno do momento faz mas que, com 120 cidades pegando fogo sob as passeatas e manifestações, e com a polícia tendo que descer a lenha para impedir invasões e depredações, - que de tão preocupado resolveu ir a uma festa junina! Outro, que sempre declara não se lembrar de nada, sumiu do mapa e depois declarou que atribue as manifestações ao progresso que proporcionou, cantilena essa imediatamente adotada por todos os seus seguidores. Pode? Afinal, estão perplexos ou não estão!?

Monday, May 20, 2013

Vacinação dos idosos

Luiz A. Góes

Venho há vários anos tomando a vacina contra gripe e também, quando disponível, a vacina contra pneumonia e contra tétano. Fazendo isso todos os anos consegui diminuir bastante as incidências de gripes e resfriados que me perseguiam constantemente. Comecei quando, de uma hora para outra, chamou-me a atenção o falecimento  por pneumonia de uma pessoa conhecida de certa idade que tinha ficado gripada e a gripe se agravou, levando-a a hospitalização infelizmente tardia.
E nunca tive qualquer problema com essas vacinas: nenhuma reação adversa.
Mas êste ano várias pessoas, entre elas parentes e amigos, acusaram problemas como indisposições, mal-estar, problemas estomacais, etc, e tive notícia de um amigo que chegou a ser hospitalizado.
Quando fui tomar a vacina, no posto de vacinação do Hospital das Clínicas em São Paulo, houve uma certa "chiadeira" por parte dos idosos que lá estavam porque as aplicadoras estavam nos fazendo tirar as camisas para livrar o braço direito, recusando-se a aplicar a vacina no braço esquerdo e sem livrar completamente o braço de qualquer vestimenta. Disseram que podiam surgir "problemas", sem dizer quais.
No entanto a propaganda televisiva mostrou repetidamente pessoas tomando vacina no braço esquerdo e sem ter que tirar a camisa. A única exceção foi o governador, que foi vacinado pelo ministro da saúde no lançamento da campanha: estava sem camisa e foi vacinado no braço direito.
Não sei se apenas por coincidência, ao perguntar onde os que tiveram problemas tinham tomado a vacina, verifiquei que tinha sido em locais diversos dos postos de vacinação oficiais. Teria havido, nesses locais, falta de obediência a cuidados exigidos que os postos oficiais respeitaram? Não deviam ter enfalizado essas coisas na campanha?

Friday, May 17, 2013

Morre Videla

Luiz A. Góes

Da página do Claudio Humberto de hoje, extrai o seguinte:
17/05/2013 | 11:04

Ex-ditador argentino morre aos 87 anos

Foto
JORGE RAFAEL VIDELA
O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla morreu nesta sexta-feira (17), às 6h30, de causas naturais, na Penitenciária Marcos Paz. Ele cumpria pena de prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade. Videla, que tinha 87 anos, presidiu a Argentina no período de 1976 a 1981. Ele foi o líder do golpe de 24 de março de 1976. Quando a democracia foi restabelecida no país, em 1993, o ex-ditador e outros membros das juntas militares que governaram o país foram processados por crimes contra a humanidade. Videla foi condenado à prisão, mas acabou sendo anistiado no governo Carlos Menen. Porém, em 2003, Néstor Kirchner assumiu a Presidência do país, e revogou as leis de anistia em vigor. Com isso, Videla foi novamente processado. Em dezembro de 2010, ele foi  condenado à prisão perpétua. A pena, desta vez, teve de ser cumprida em cela comum e não mais em uma prisão militar.
Não vou discutir a questão da condenação dos ex-ditadores generais da Argentina, embora me pareça ter sido, em grande parte, revanchismo por parte dos esquerdopatas de lá, da mesma forma que os daqui querem condenar e encarcerar os acusados de terem praticado tortura. Acho que recorrer a tortura foi um enorme êrro, mas também acho que para condenar torturadores é necessário condenar também os que praticaram atos de terrorismo, os que estavam no outro lado da guerra que se desenrolou naquela época e que foi mantida mais ou menos longe do conhecimento do público por causa da censura à imprensa, - aliás outro êrro, que agora os esquerdopatas daqui também querem repetir, sob o nome de "regulamentação".
Mas não é possível deixar de observar que o que foi feito na Argentina, em têrmos de desrespeitar uma lei a fim de praticar a revanche, demonstra o nenhum valor que essa gente dá a leis e ao estado de direito. E jogar um velho em cela comum para ali mofar até morrer com 87 anos foi, sem qualquer dúvida, um ato de crueldade apenas para ser usado com fins eleitoreiros.

Monday, May 13, 2013

Reflexões sôbre doação de órgãos

Luiz A. Góes

Por ocasião do falecimento de parente próximo ainda relativamente jóvem, há umas três décadas, estive pela primeira vez em contacto mais ou menos direto com o problema de doação de órgãos, então ainda muito pouco difundida no Brasil e ainda menos discutida pela sociedade. De lá para cá as coisas vêm mudando e atualmente muita gente já ostenta na Carteira de Habilitação (a famosa "carta de motorista") a informação de serem doadores de órgãos, informação essa que será seguramente usada caso venham a sofrer acidente fatal.
É claro que a doação de órgãos representa um ato de suprema generosidade por parte do doador, esteja êle vivo ou morto, e que para o(s) receptor(es) pode representar a continuidade da vida que se encontra por um fio, ou do prolongamento da vida que se previa curta: um verdadeiro presente do céu, talvez o maiór depois da própria vida, que para os crentes provém de Deus qualquer que seja o caminho percorrido para chegar a ela.
Mas certos fatos do quotidiano em que vivemos impõem algumas reflexões, porque ao lado da generosidade dos doadores surge a ganância dos que resolvem fazer disso um meio de vida, seja simplesmente comercializando órgãos que de outra forma seriam doados gratuitamente, seja recorrendo a expedientes ainda mais criminosos para obtê-los, a ponto de essa prática destinada a salvar vidas se tornar uma séria ameaça às vidas de muitas pessoas. Os numerosos desaparecimentos de pessoas jóvens no mundo todo, mais notados em países onde o contrôle da criminalidade é mais rigoroso, está seguramente relacionado com esse comércio sórdido de órgãos que exige um fluxo mais ou menos contínuo de "doadores", embora involuntários.
Há, além disso, o grande problema do contrôle das instituições de saúde nas quais, de uma forma ou de outra, frequentemente pacientes se tornam doadores involuntários, vítimas daquela tênue linha que separa a luta constante pela vida até se esgotar a última esperança conforme o juramento de Hipócrates, e negligências voluntárias ou não que levam esses pacientes a cruzá-la sem possibilidade de volta.
Nos Estados Unidos numerosas instituições pesquizam as práticas de ética médica visando identificar exatamente esses aspectos, que sempre escapam à percepção dos leigos e talvez também à maiór parte dos que atuam nos próprios sistemas de saúde. E são numerosos os casos em que surgem dúvidas quanto ao rigor empregado no tratamento de doadores de órgãos, até mesmo casos em que pareceu ter havido uma espécie de "encomenda". Foi notável o caso de um político americano que precisava de um transplante múltiplo de órgãos e "coincidentemente" um jóvem residente em seu distrito eleitoral, portador de todos os órgãos necessários perfeitamente compatíveis com as características do tal político, foi mortalmente ferido em acidente de trânsito, salvando a vida do político que agradeceu profundamente à família enlutada. Não faltaram rumores de todos os tipos imagináveis a respeito dessa incrível "coincidência".
Parece-me que o sigilo dos dados médicos e de saúde de cada um continua sendo fundamental à proteção das pessoas contra possibilidades de virem a ser visadas como fontes de órgãos, embora isso, por si só, ainda seja insuficiente para evitar que qualquer um de nós venha a ser vítima de criminosos desse "setor".
E me parece que a doação de órgãos, embora louvável e benéfica, deva continuar a ser assunto dependente de permissões específicas a serem dadas pelos familiares imediatos dos falecidos, mesmo nos casos em que êstes tenham manifestado em vida o desejo de doar seus órgãos. Fazer constar na Carteira de Habilitação, ou de qualquer outra forma pública, que uma pessoa é doadora é uma verdadeira temeridade porque pode colocar a vida da pessoa em risco sem qualquer necessidade. E tornar a doação de órgãos obrigatória, como andam dizendo certos legisladores inconsequentes, uma idéia simplesmente absurda.

Monday, April 08, 2013

A causa

Luiz A. Góes

Cresci ouvindo a recomendação "Faça economia!", repetida a cada passo a propósito de quase tudo. Era, provavelmente, lugar comum na esmagadora maioria dos lares com parcos recursos da época, e seguramente ainda o é, com as variações necessárias a esta época de ilusões de toda sorte incutidas constantemente nas cabeças das pessoas por governantes irresponsáveis.
Coisa impossível de compreender para crianças de pouca idade, evidentemente, e a recomendação vinha quase sempre acompanhada de algum comentário a respeito de inflação, ainda mais difícil de compreender.
Com os anos ia-se assimilando a idéia de que inflação queria dizer aumento de preços de tudo aquilo que precisávamos para viver, a começar por alimentos e roupas. E também com os anos ia-se começando a perguntar por quê a inflação existia, já que se tratava de uma coisa aparentemente sem qualquer utilidade.
A explicação geralmente dada pelos "grandes" - que é como nos referíamos aos adultos naquela época - era que os "tubarões" nunca estavam satisfeitos com os preços que cobravam e sempre queriam cobrar cada vez mais pelos produtos que vendiam, tornando cada vez mais difícil chegar-se ao final do mês com os salários que os pais e mães de família conseguiam ganhar.
E também com os anos, enquanto nossa visão de mundo se ampliava por meio das lições de história e geografia, íamos aprendendo que em países ditos "desenvolvidos" não havia, ou havia muito pouca inflação.
Quer dizer: íamos aprendendo que inflação exagerada era coisa de país não desenvolvido, ou subdesenvolvido, como o nosso, mas era mal em grande extensão banido dos países desenvolvidos.
Não sabíamos, evidentemente, o quê seria um país desenvolvido, mas percebíamos, pelo que ouvíamos, que a inflação era coisa realmente inútil e que podia ser extinta, já que países em melhor situação do que a nossa não a tinham.
E foi assim que eu, pelo menos, comecei a fazer a pergunta crucial: "O quê causa a inflação?"
Com o tempo foi ficando claro que a inflação representa um verdadeiro confisco de boa parte do dinheiro que uma pessoa ganha com seu trabalho: um verdadeiro imposto que não se chama imposto, mas é ainda piór porque torna o futuro, principalmente o futuro próximo, o dia de amanhã, quando não já o de hoje, extremamente incerto.
Fazendo sempre a mesma pergunta, cheguei, depois de alguns anos, à convicção de que a causa da inflação é o déficit governamental. Isso porque o govêrno tem o poder de emitir dinheiro quando suas contas não fecham. Só o govêrno o tem, ninguém mais. E quando emite dinheiro e o coloca em circulação para cobrir o seu déficit, faz com que instantaneamente todo o dinheiro em circulação passe a valer menos já que o total de bens e serviços disponíveis continua exatamente o mesmo. E quando o dinheiro tem seu valor "diluido" dessa forma, os preços sobem.
Essa visão pode ser considerada simplista, evidentemente, já que muitos outras causas e efeitos podem ser arguidos, como por exemplo a tal "expectativa inflacionária", mecanismo de natureza psico-social que faz com que a própria inflação gere mais inflação, ou a confusão entre inflação e os efeitos da lei de oferta e procura, tão básica em qualquer economia. Mas o que deflagra o processo inflacionário é, sem dúvida, o déficit governamental: se alguém de nós inventar de gastar mais do que ganha, vai seguramente arruinar-se e acabará em total miséria porque não tem qualquer "saída", nenhum poder legal de criar dinheiro, ou meios de pagamento, como fazem os govêrnos. São os govêrnos, ou, melhor dito, os maus govêrnos, os causadores do flagelo inflacionário.
Um govêrno, quando imprime dinheiro indevidamente, gera inflação e não sofre nenhuma punição a não ser que venha a perder a próxima eleição: a punição é sempre muito branda. Já um indivíduo, se imprime dinheiro, o faz sempre indevidamente, e é imediatamente qualificado como falsário e severamente punido, trancafiado numa prisão ou coisa piór.
Levou muito tempo para encontrar-se uma forma de domar a inflação galopante que nos infernizava por décadas a fio, e cheguei a pensar que nunca mais cairíamos em situação semelhante, que a lição tinha sido aprendida. Foi um processo doloroso, como todos sabem, e boa parte do confisco inflacionário antes existente teve que ser substituido por impostos propriamente ditos, enquanto que ao mesmo tempo criavam-se dispositivos e mecanismos para forçar os governantes a manterem as contas equilibradas.
Só que não se contava com certos "problemas", como por exemplo o de que poderíamos vir a ser governados por gente que acredita ser capaz de fazer milagtres, de operar prodígios, apenas empregando conceitos ideológicos. Que são capazes de matar a fome de multidões dando-lhes o peixe em lugar de ensinar-lhes a pescar.
Esse pessoal lançou-se a um frenesi arrecadatório que parece não ter limites, com a incidência tributária total nunca parando de aumentar a ponto de já estarmos em nível de país com o mais alto nível de impostos do mundo.
E parecem não se dar conta de que não se resolvem problemas econômicos apenas com "programas", "bolsas", multiplicação de ministérios, "base aliada" mantida à custa de benesses para garantir os votos da próxima eleição e outros expedientes menos perceptíveis mas igualmente ou ainda mais danosos.
Abriram o crédito colocando-o ao alcance de um sem número de pessoas promovidas à classe média por decreto, sem que suas rendas tivessem de fato aumentado para tanto, a fim de aumentar a demanda, o consumo, visando vacinar a economia contra a paradeira que vem assolando todo o mundo. Algum resultado essa receita surtiu num primeiro momento, evidentemente, mas a capacidade de endividamento do povão está esgotada, e mais crédito e extensão de prazos para isenção de certos impostos não estão mais surtindo o efeito desejado. Partiram para o que chamam de "desonerações", ou seja, para reduzir impostos que sempre reclamaram serem insuficientes, como por exemplo os incidentes sôbre as folhas de pagamento. Das duas uma: ou não existe o propalado déficit previdenciário ou estão cometendo uma verdadeira loucura.
O engraçado disso tudo é que agora surgiu a solução mágica de dizer, quando as contas evidentemente não fecham, que o tesouro cobrirá a diferença. De onde pensam que vem o dinheiro do tesouro? Será que pensam ser inesgotável? Não se dão conta de que isso coloca as máquinas de imprimir dinheiro em movimento e traz de volta a inflação galopante? Vão enganar-se, e nos enganar, manipulando os índices de inflação, - como também vem fazendo a hermana mais ao sul, - achando que esse problema (a inflação) logo passará por si? Já esqueceram as lutas e o sacrifício que a inflação galopante exigiu para ser debelada?
Está na hora de dizer a essa gente qual é a causa da inflação! Não acham?