Observador Isento (Unbiased Observer)

A space for rational, civilized, non-dogmatic discussion of all important subjects of the moment. - Um espaço para discussão racional, civilizada, não dogmática de todos os assuntos importantes do momento.

Thursday, June 30, 2011

Máquina que "constrói" ferrovias

Luiz A. Góes

Recebi as mensagens abaixo, e respondi com o comentário que se encontra no final desta:


"Impressionante a tecnologia destas máquinas computadorizadas, lembram as sofisticadas máquinas agrícolas que fazem tudo colhem vegetais descascam separam os grãos secam e as vezes até empacotam, tudo lá no próprio campo !!! Não tem mão de obra humana mas apenas operadores altamente especializados para fazerem sua manutenção que também é caríssima."

A mensagem acima respondia a esta:


"Se o governo usasse 3% do que (é) roubado do dinheiro público pelos corruptos e comprasse várias máquinas dessa, o Brasil poderia estar ligado de norte/sul leste/oeste por modernas ferrovias. Muito legal o video vale a pena ver, eu não sabia que existia esse tipo de máquinas.

Máquina que constrói ferrovia

Railroad Construction

Clique na palavra ICI abaixo e veja que impressionante..."

ICI

Meu comentário:

Realmente muito eficientes essas máquinas: aceleram o lançamento dos dormentes e dos trilhos e dão uniformidade à via férrea. Só não resolvem o problema de se abrir o caminho entre a origem e o destino, o que significa, entre muitas outras coisas, executar numerosos aterros e efetuar numerosos cortes no terreno, e consolidar o leito sôbre o qual a via férrea vai se assentar, incluindo a construção de obras de arte como túneis e pontes. Também não resolvem o problema da produção dos dormentes de concreto ao longo da estrada, que exigem a montagem de centrais de concreto a cada intervalo de algumas dezenas ou centenas de quilômetros. Quer dizer: essas máquinas servem para eliminar o uso de mão de obra na fase final de assentamento da ferrovia. Gosto dos resultados que produzem, mas é impossível deixar de observar que no caso do Brasil elas eliminam o que talvez ainda seja mais abundante entre nós. Para pensar.
Luiz A. Góes

Wednesday, June 29, 2011

Madeira plástica e destino útil para as sacolinhas de plástico

Luiz A. Góes
Numerosas reportagens divulgadas pela internet vêm chamando nossa atenção para o problema que o lixo plástico está criando em todas as partes do planeta: afora o problema de não ser bio-degradável e não se dispor de soluções razoáveis para sua eliminação nos lixões ou sua utilização direta como combustível, sua acumulação até nos oceanos já começa a preocupar quanto ao futuro da humanidade.
É verdade que existem processos de reciclagem de materiais plásticos, mas não se trata de processos universais aplicáveis a todos os plásticos existentes. E nem sempre esses processos compensam do ponto de vista econômico. Alguns exemplos, dentre os numerosos existentes, podem ser vistos nos seguintes endereços:

http://www.youtube.com/watch?v=MRZ6Xz8lI38&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=MixCY5C9kF0&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=ovAGoaTMpkY&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=26Cbx8kcmz4&feature=related
http://
www.youtube.com/watch?v=mr5972iQg3g
Todos esses vídeos são referentes à reciclagem de plásticos para a geração de substitutos de madeira e até de peças metálicas, com a produção de materiais genericamente conhecidos como "madeira plástica" por parte de empresas brasileiras.
O grande problema criado pelas sacolinhas plásticas usadas em super-mercados e comércio em geral para embalar as compras, - e não só pelas sacolinhas mas pelas embalagens plásticas em geral, - é exatamente esse: ainda é mais caro reciclá-las do que fornecer novas.
Assim, o problema da poluição ambiental produzida pelos plásticos descartados só terá solução quando essa poluição se tornar insuportável, afetando diretamente as vidas das pessoas que a produzem, ou quando se conseguir desenvolver processos industriais capazes de processar os plásticos descartados a custo vantajoso.
Há ainda, evidentemente, a possibilidade de se criar mecanismos que desencoragem o uso desses plásticos de maneira tão indiscriminada como está acontecendo atualmente: criar um custo para seu uso, custo esse que seja sentido diretamente pelo consumidor final, seria uma forma de se começar a resolver o problema, já que, como se tem dito, o bolso é a parte mais sensível do corpo humano. Trata-se, além disso, de um processo talvez difícil de implantar.
A maquininha inventada pelo japonês mostrado no link http://www.flixxy.com/convert-plastic-to-oil.htm , que transforma plásticos em combustíveis líquidos, é muito interessante do ponto de vista educativo, sem qualquer sombra de dúvida, mas no filme não se fala em custo, - o X da questão, - e nem em escala de produção, além de não se falar na qualidade dos produtos obtidos (podem ser uma bomba para os motores existentes): talvez esses líquidos demandem processamento ulterior.
Examinei a brochura publicada pelo inventor japonês e, adotando valores para a alternativa de maiór capacidade das máquinas que oferece, cheguei à conclusão provisória de que o uso dessas máquinas pode ser economicamente viável. Mas se trata de cálculo demasiado grosseiro e a conclusão de viabilidade economica pode facilmente ser contestada: cálculos mais apurados, com dados verdadeiros e não simples hipóteses, precisam ser feitos. A capacidade da maiór das máquinas oferecidas ainda é muito pequena, e nenhum dado sôbre a qualidade dos produtos foi apresentado. Assim, a maquininha japonesa pode ser considerada mais uma alternativa para solucionar o problema dos plásticos descartados, mas é evidente que ainda falta muito para se tornar uma solução realmente aplicável em grande escala. De qualquer maneira, vale a pena tomar conhecimento.

Tuesday, June 14, 2011

Ainda a água para agricultura

Luiz A. Góes

Meu grande amigo Flávio Musa de Freitas Guimarães leu o tópico "Água para agricultura" e me enviou o seguinte comentário por e-mail, em lugar de comentar no próprio tópico, - comentário esse a meu ver tão pertinente que resolvi abrir outro tópico para lhe dar o devido destaque e comentá-lo também:
"Obrigado Góes,
É tema muito atual e interessante.
Isto me lembrou o provérbio italiano "Fatta la Lege, scoperto il engano".
Só agora me dei conta de que isto é mais que um dito ou provérbio restrito às leis fabricadas e promulgadas por Governos ou governantes; é sabedoria muito mais antiga, talvez ontológica, regra básica da epistemologia, que o povo italiano nos ofereceu assim como se fora galhofa.
Sem me estender muito - mesmo porque desnecessário - vejamos alguns exemplos:

Lei: "A Terra é o centro do universo" - Coopérnico nela!

"Os planetas giram em circunferências..." - Kepler nela!

"Sistema solar de Kepler"- Galileu nela!

Por aí vamos até Newton, a lei definitiva - E=mc² nela!

"Relatividade geral"- Heisenberg nela!

Mesma coisa se pode dizer quanto aos modelos de criação e desenvolvimento do universo, dos gregos ao Big Bang, do Modelo Clássico ao Inflacionário, às suas contradições...

Malthus "gente se multiplica exponencialmente, comida aritmeticamente" - Tecnologia e Informação nela...

Fatta la Lege, a macacada se toca e descobre o jeito de resolver o problema.
De repente aqueles que tinham então um tesouro, por sua raridade ou escassez, amanhecem sem compradores para seus estoques tão bem guardados...
O Brasil é detentor de vastas reservas de água potável e pululam por aí teorias da conspiração sobre as guerras que sofrerá por disputas de seus mananciais.
Io, per me, penso sia meglio credere che il engano sará scoperto...
Abbracci.
"
Não escrevi em meu tópico, tão bem comentado acima, mas praticamente se infere desse comentário que a questão da água acabará sendo resolvida pelo desenvolvimento tecnológico, talvez com o desenvolvimento de processos baratos para dessalinização da água do mar.

Monday, June 13, 2011

Água para agricultura

Luiz A. Góes

A água, como previam muitos estudiosos, ainda se tornaria o produto mais escasso e mais precioso da face da terra. Essas previsões estão se revelando verdadeiras muito mais cedo do que se poderia supor, com o aumento ainda explosivo da população humana total do globo terrestre, a ponto de a ONU já estar propondo criar uma "contabilidade da água" (artigo abaixo). Outras publicações vêm revelando que a humanidade usa a água de maneira inadequada e irracional, como se resume a seguir (dados transmitidos por um amigo internauta):

1 hectare de terra rende 45 quilos de soja. Mas a mesma área só produz 2,5 quilos de carne (0bs.: deve ser por safra, ou por ano, em média)

Um ser humano precisa de 2 a 5 litros d’água por dia.

Para produzir 1 quilo de grãos, usam-se de 500 a 2.000 litros.

Para produzir 1 quilo de carne, consomem-se até 15.000 litros.


É preciso mudar as prioridades para que tenhamos água para todos os humanos que seremos dentro de poucas décadas e para que possamos produzir todos os alimentos de que necessitaremos. Teremos de produzir grãos para mais 3 bilhões de humanos usando menos água que hoje.


Em 2007, a China começou a substituir a produção de grãos, que usa irrigação, pela de frutas e verduras, que consome menos água. No mesmo ano, as exportações brasileiras de soja para a China explodiram. O que acontece é uma "terceirização": os chineses decidiram conservar seus aquíferos e importar água brasileira, sob a forma de soja.


Alguém sugeriu aumentar o imposto sobre o consumo de carne e reduzi-lo sobre o consumo de grãos e seus derivados primários, a fim de promover uma alteração no consumo desses produtos que conduza à desejada racionalização do uso da água, uma vez que o órgão mais sensível do ser humano é o bolso, - com o qual pensa muito mais do que com o cérebro.


Mas um aspecto de fundamental importância a ser levado em conta é o aquecimento global, - não o que possa estar sendo provocado pelo homem, ainda sob debates infindáveis, mas o aquecimento natural que se verifica sempre que termina um longo período de milênios de resfriamento global, - ambos responsáveis pelas alterações climáticas da Terra ao longo do tempo, e por consequência pelas alterações comportamentais das civilizações desde que a espécie humana surgiu e começou a se espalhar para dominar o planeta.


O artigo abaixo, do Globo Rural, aborda essa questão.

Mudança climática reduzirá água disponível para agricultura

Estudo da ONU aponta para aumento da taxa de evaporação
por Agência EFE


















Chuva vai aumentar nos trópicos e deve diminuir ainda mais nas áreas secas e semiáridas.

As mudanças climáticas irão afetar drasticamente a disponibilidade de água destinada à produção de alimentos. A produtividade dos cultivos também sofrerá alterações nas próximas décadas. As conclusões são do estudo "Mudança climática, água e segurança alimentar" feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O relatório indica que deve haver uma aceleração do ciclo hidrológico do planeta, já que a alta das temperaturas elevará a taxa de evaporação de água da terra e do mar. A chuva aumentará nos trópicos e em latitudes mais altas, mas diminuirá nas regiões que já são secas ou semiáridas e no interior dos grandes continentes.

Segundo a FAO, o aumento das temperaturas estenderá a temporada de crescimento dos cultivos nas regiões temperadas do norte e reduzirá sua duração na maioria dos outros lugares do planeta. Isso, unido à maior taxa de evaporação, provocará uma queda do potencial de rendimento dos cultivos.

Com o objetivo de responder aos desafios apresentados pela mudança climática, a FAO também propõe algumas iniciativas como a "contabilidade da água", uma medição meticulosa da provisão, as transposições e as transações comerciais de água. "A contabilidade de água na maior parte dos países em desenvolvimento é muito limitada e os processos de armazenamento ou não existem, ou são pouco desenvolvidos, ou são diferentes para cada caso", considera o relatório.