Observador Isento (Unbiased Observer)

A space for rational, civilized, non-dogmatic discussion of all important subjects of the moment. - Um espaço para discussão racional, civilizada, não dogmática de todos os assuntos importantes do momento.

Monday, June 25, 2012

Nova ortografia

Luiz A. Góes

Alguns dias em Portugal foram suficientes para notar que a tal "nova ortografia" ruidosamente aprovada por meio do "Acôrdo Ortográfico" assinado pelo insígne imperador metalurgíssimo estava sendo solenemente ignorada na pátria do idioma. Ao ligar o televisor do hotel, pela manhã, invariavelmente se via uma espécie de aula de português, ensinando a escrever corretamente palavras e frases, e com grande frequência em flagrande desacôrdo com o tal "Acôrdo".
Durante minha já algo longa existência vi certo número de reformas ortográficas, a começar por aquela em que foram abolidas as consoantes duplas, o ph foi definitivamente substituido pelo f, etc, etc. Em boa hora. Nessas reformas ortográficas foram feitas coisas muito boas em prol do idioma e de seu bom uso, mas também foram feitas algumas besteiras, entre elas, - não me canso de ressaltar, - a troca do nome do país de Brazil para Brasil.
Quando da assinatura do "Acôrdo" do insígne, não pude deixar de observar a asneira que estava sendo cometida: uma reforma ortográfica como que imposta por quem nem falar razoavelmente sabe, quanto mais escrever, e sem qualquer necessidade prática, apenas mais um factóide para massagear seu ego de dimensões amazônicas.
Uma nota na página do Claudio Humberto de hoje me fez lembrar o assunto e concordar plenamente com seu autor: o "Acôrdo" do insígne é um "mico". Eis a nota:
25/06/2012 | 00:00

Pendurado na brocha

O Brasil será o único a adotar o Acordo Ortográfico a partir de 2013. Há os que o ignoram, como Portugal, ou declararam “moratória” para não adotá-lo. O acordo é criticado pelos erros, omissões e incoerências.


Monday, June 18, 2012

Parábola para pensar

Recebi pela internet, sem indicação de autoria, o seguinte texto, que merece registro com parabéns ao autor, seja quem for:

GÊMEOS CÉTICO E LÚCIDO


No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:

- Você acredita na vida após o nascimento?

- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?

- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.

- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.

- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.

- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria!

- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.

 
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que estamos aqui só de passagem... há uma vida real que nos espera e agora apenas estamos aqui nos preparando para ela...

PENSE NISSO...

Wednesday, June 06, 2012

Porteiro bem sucedido

Luiz A. Góes

Circula na internet a estória de um porteiro de bordel que foi despedido porque, sendo analfabeto, não era capaz de anotar as pessoas que entravam e saíam como queria o seu patrão. Sem emprêgo, dedicou-se a fazer pequenos serviços de reparos, e daí passou a vender ferramentas, terminando por construir um enorme império industrial. Perguntado sôbre o que teria conseguido fazer se fosse alfabetizado, já que era analfabeto, respondeu de pronto: “teria continuado a ser porteiro do bordel”.
Há, ainda, outra estória circulando, do sujeito que buscava um emprego público e arranjou um pistolão que o colocou em contacto com pessoas influentes. Inquirido sôbre sua formação e habilidades, verificou-se que não possuía qualquer formação e que sua única habilidade era sua enorme cara-de-pau. E assim arranjaram-lhe emprêgo como presidente da república.
Essas estórias (porque creio que não são exatamente histórias), já foram contadas várias vezes, com pequenas variações e atribuídas a personagens diversos da vida real. São muito interessantes porque revelam a origem de muitas grandes fortunas do Brasil, dos Estados Unidos e seguramente de muitos outros países do mundo.
É meio engraçado, e até patético, por exemplo, os chamados "drop-outs" da escola secundária, ou mesmo da faculdade, que fizeram fortuna nos EUA darem conferências e serem paraninfos de formandos em cursos superiores fazendo apologia da educação que abandonaram, inclusive publicando livros e fazendo recomendações com base em suas sabedorias como pessoas bem sucedidas. Steve Jobs, Bill Gates, os criadores do Orkut, do Facebook, de um site de músicas cujo nome não me lembro, e muitos outros, fizeram fortunas fáceis e rápidas aproveitando oportunidades (muitas vezes ilegais) que lhes ocorreram quando ainda estudantes e os fizeram "doutores da fortuna" antes de se formarem.
No Brasil, conhecemos numerosos casos semelhantes, inclusive de pessoas que fizeram fortuna mas que jamais teriam tido a possibilidade de ingressar numa universidade por não terem apetência pelos estudos (o exemplo mais recente e ilustrativo é, sem düvida, o do insígne que, ainda por cima, se considera um verdadeiro deus). Esses casos sempre me chamaram a atenção e, examinando certos aspectos daqueles que tive a oportunidade de conhecer mais de perto, cheguei à conclusão de que a chamada "ética profissional" foi sempre um fator importante, impeditivo a profissionais de nível superior aproveitarem as oportunidades que os sem formação, - e sem se preocuparem com qualquer ética, profissional ou não, - aproveitaram, porque um número surpreendentemente grande de grandes fortunas nasceram de golpes de sorte e esperteza mais do que de genialidade criativa e eficiência administrativa.
Talvez não caiba negar-lhes o mérito pelo que fizeram, e nem generalizar de modo absoluto, porque há exceções muito honrosas, mas se trata de uma realidade que se observa com tanta frequência que até mesmo certas religiões ou igrejas prometem fortuna rápida e fácil a quem se converter a elas, - e ajudar, evidentemente, a aumentar a própria fortuna dos donos das citadas religiões ou igrejas, - porque as pessoas, de modo geral incapazes de compreender como alguns se dão tão bem, são induzidas a acreditar que alguma fôrça celestial deve ter ajudado aqueles afortunados. Os que se dão bem, nesses casos, são os chamados pastores…