Domingo movimentado, sujeito misterioso
Luiz A. Góes
Contrariando nosso costume de vários anos, de ir à missa no sábado à tarde, fomos, no último final de semana, assistir à missa no domingo pela manhã... quer dizer, à missa da quase hora do almoço, porque começa às onze e meia. E dali praticamente todos seguem para suas casas ou para restaurantes para terminar o ato com um almoço que recupere as fôrças "gastas" naquele sacrifício.
A igrejinha que frequentamos é pequena e fica bem perto de onde moramos: dá para ir a pé, mas geralmente os mais idosos preferem ir de automóvel, estacionando nas imediações e dando uma gorgeta a uns "guardadores" que sempre aparecem quando se volta ao veículo depois da missa.
Frequentemente encontramos por lá velhos conhecidos, ou conhecidos velhos, o que atualmente dá exatamente na mesma. E encontramos também algumas figuras interessantes, como certos políticos que ficam olhando para a gente como que a dizer: "Veja bem, reconheça-me, estou na igreja, sou bom cristão como você..." (Esses, creio eu, também comparecem a igrejas e templos de outros tipos, com a mesma finalidade.)
Nesse domingo, logo à entrada notamos um indivíduo todo de branco sentado na ponta de um dos bancos junto à porta, o qual fez questão de olhar bem para nós todas as vezes em que teve oportunidade. Pouco depois, um acontecimento inusitado nos fez esquecer o indivíduo todo de branco, para logo depois nossa atenção ser novamente despertada por êle.
O que sucedeu foi que poucos minutos antes de começar cada missa, e como de costume, o padre mandou tocar o sino a fim de alertar os fiéis residentes nas proximidades, os quais costumam se apresentar no último minuto e acabam de encher a igreja, sempre meio vazia até então.
O movimento de pessoas aumenta consideravelmente e logo em seguida é anunciado o início da missa. Assim que o sino deu a primeira badalada, ouviu-se um tremendo estrondo, acompanhado de forte tremor de todo o prédio da igreja. Todos se levantaram, alarmados, e o padre, que já se encontrava pronto para adentrar a pequena nave, voltou imediatamente a seu escritório ou equivalente, - o local onde se paramenta para presidir os atos religiosos.
Em poucos segundos percebemos o quê tinha acontecido: o sino tinha despencado de sua posição normal, causando o estrondo e o abalo que tínhamos sentido. Olhei para o lado do chamado "coro", onde ficam o órgão e os cantores, e notei que o lustre que o ilumina tinha se desprendido da respectiva corrente e estava balançando preso apenas pelo fio elétrico que o alimenta. Dirigi-me imediatamente ao tal escritório do padre, para avisar sôbre isso, mas apesar de meu aviso o padre decidiu dar andamento à missa, deixando eventuais providências para depois.
Nesse momento, o sujeito todo de branco se levantou e deixou a igreja com passos apressados: deve ter tido motivos para levar um susto maiór do que o dos demais circunstantes, e permanecido sentado até então, recompondo seus pensamentos para só então decidir retirar-se.
Quem seria aquele indivíduo?
Contrariando nosso costume de vários anos, de ir à missa no sábado à tarde, fomos, no último final de semana, assistir à missa no domingo pela manhã... quer dizer, à missa da quase hora do almoço, porque começa às onze e meia. E dali praticamente todos seguem para suas casas ou para restaurantes para terminar o ato com um almoço que recupere as fôrças "gastas" naquele sacrifício.
A igrejinha que frequentamos é pequena e fica bem perto de onde moramos: dá para ir a pé, mas geralmente os mais idosos preferem ir de automóvel, estacionando nas imediações e dando uma gorgeta a uns "guardadores" que sempre aparecem quando se volta ao veículo depois da missa.
Frequentemente encontramos por lá velhos conhecidos, ou conhecidos velhos, o que atualmente dá exatamente na mesma. E encontramos também algumas figuras interessantes, como certos políticos que ficam olhando para a gente como que a dizer: "Veja bem, reconheça-me, estou na igreja, sou bom cristão como você..." (Esses, creio eu, também comparecem a igrejas e templos de outros tipos, com a mesma finalidade.)
Nesse domingo, logo à entrada notamos um indivíduo todo de branco sentado na ponta de um dos bancos junto à porta, o qual fez questão de olhar bem para nós todas as vezes em que teve oportunidade. Pouco depois, um acontecimento inusitado nos fez esquecer o indivíduo todo de branco, para logo depois nossa atenção ser novamente despertada por êle.
O que sucedeu foi que poucos minutos antes de começar cada missa, e como de costume, o padre mandou tocar o sino a fim de alertar os fiéis residentes nas proximidades, os quais costumam se apresentar no último minuto e acabam de encher a igreja, sempre meio vazia até então.
O movimento de pessoas aumenta consideravelmente e logo em seguida é anunciado o início da missa. Assim que o sino deu a primeira badalada, ouviu-se um tremendo estrondo, acompanhado de forte tremor de todo o prédio da igreja. Todos se levantaram, alarmados, e o padre, que já se encontrava pronto para adentrar a pequena nave, voltou imediatamente a seu escritório ou equivalente, - o local onde se paramenta para presidir os atos religiosos.
Em poucos segundos percebemos o quê tinha acontecido: o sino tinha despencado de sua posição normal, causando o estrondo e o abalo que tínhamos sentido. Olhei para o lado do chamado "coro", onde ficam o órgão e os cantores, e notei que o lustre que o ilumina tinha se desprendido da respectiva corrente e estava balançando preso apenas pelo fio elétrico que o alimenta. Dirigi-me imediatamente ao tal escritório do padre, para avisar sôbre isso, mas apesar de meu aviso o padre decidiu dar andamento à missa, deixando eventuais providências para depois.
Nesse momento, o sujeito todo de branco se levantou e deixou a igreja com passos apressados: deve ter tido motivos para levar um susto maiór do que o dos demais circunstantes, e permanecido sentado até então, recompondo seus pensamentos para só então decidir retirar-se.
Quem seria aquele indivíduo?